Texto por: Andréa Terra | Arte por: Natália Lobo
A revolução não para!
Luna Vargas, Empreendedora, mestra em Antropologia, Educadora Canábica e Fundadora da INFLORE, curso de formação de consultor canábico.
Vinda recentemente do Canadá, chega ao Brasil e de imediato começa seu trabalho. Ela passou pela Bahia, Paraíba, Brasília e São Paulo, onde tive o privilégio de encontrá-la. Sempre difundindo o seu conhecimento e amor a Ganja.
O encontro em São Paulo – Ciência da Cannabis Aplicada da teoria à prática, aconteceu nos dias 19 e 20/02/22, juntamente com o pessoal da Overgrow e a Associação Cultivando o Bem.
O evento contou com 50 participantes, na sua maioria inflores, alunos da Luna, vindos de vários estados do Brasil e que estão comprometidos com a missão de educar o próximo.
O Brasil tem um modelo único de negócio no mundo em relação à cannabis medicinal, que é a legalização da importação dos medicamentos e a proibição do plantio da cannabis, salvo para quem tem Habeas Corpus e para algumas Associações.
Esse modelo dificulta o acesso ao medicamento, limita a pesquisa, e deixa de gerar uma enorme cadeia produtiva que poderia promover mais empregos e renda para o país. Atrapalhando a Indústria da Cannabis brasileira, que tem diferenças gritantes em relação a Indústria Farmacêutica. Que é o conhecimento sobre a da planta e a preocupação com a reparação histórica
No encontro, Luna Vargas fala das várias possibilidades de trabalho na indústria da Cannabis, mesmo neste cenário proibicionista. E afirma que a educação em relação a Ciência da Cannabis impacta na criação e permanência dessas possibilidades.
As Head Shop são um exemplo dessas possibilidades, que trabalham com tudo menos o recheio (como ela mesmo diz) Já fazem parte da indústria da cannabis, com o conhecimento sobre redução de danos e métodos de consumo. E quem sabe no futuro elas sejam o espaço de consumo de produtos à base de cannabis, com objetivo de proporcionar segurança e qualidade para os pacientes.
Ela conta que nos EUA e no Canadá, há 30 anos atrás, já existia os clubes de compaixão, um modelo associativo bem parecido com as associações brasileiras e tinham um papel fundamental em promover o acesso a medicação para pacientes assim como acontece hoje no Brasil. O conhecimento dos pioneiros no plantio e na fabricação dos medicamentos podem fazer com que as associações se tornem indústria da cannabis, com fins lucrativos e supra a necessidade dentro da legislação
Questionada sobre a Legalização federal dos Estados Unidos ela ressalta que por serem uma grande potência e terem uma cultura de cannabis muito forte é algo esperado pelo mundo todo. E com certeza assim que eles legalizarem o resto do mundo vai no embalo.
Luna enfatiza sobre o nosso privilégio e lugar de fala a respeito do posicionamento individual e coletivo com relação a cannabis, lembrando que 2022 é ano de eleição. Deixa claro que existe um longo caminho pela frente e que ele vai ser feito passo a passo. Ter representação legal vai ser essencial. São as forças das mobilizações locais, assembleias, projetos de lei, que vão dar visibilidade a cannabis medicinal e assim consequentemente atingir a esfera federal
Esse evento fortaleceu as convicções dos participantes, proporcionou uma visão da realidade com clareza sobre o que está acontecendo no mundo e no Brasil e deixou claro a importância da educação neste cenário.
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