Algo está errado com a minha ganja!

Texto por: Marcel Lyra | Arte por: Jonas Tavares

Há muitas coisas que a cannabis pode cheirar, mas alguma delas indica um cheiro de problema?

Devido aos terpenos, compostos orgânicos e aromáticos que existem naturalmente nos óleos essenciais de todas as plantas e sendo eles que dão às ervas, flores e frutas seus aromas característicos, você encontrará muitos termos descritivos para os aromas da cannabis, e é de fato uma variedade de aromas: limão, pinho, cravo, madeira, abacaxi, queijo, ‘sunk’ e até diesel. Ok, a cannabis pode cheirar muitas coisas, mas alguma delas indica um cheiro de problema? 

Os processos de secagem e de cura são determinantes na qualidade da maconha e podem ser extremamente delicados. A nível industrial, a secagem requer um ambiente controlado, com níveis específicos de temperatura, umidade e boa circulação de ar, com temperatura controlada com mais ou menos 45% de umidade. Já a cura é uma etapa adicional no processo de preservação da cannabis. Após a planta secar, e antes do consumo, se a secagem não for no tempo certo o processo de cura certamente ficará prejudicado. 

Devido a possíveis erros nessas etapas, sua ganja pode ter cheiro de grama recém-cortada e esse é um indicador de problema: a clorofila da cannabis está se decompondo em amônia. 

Este problema se origina durante os processos de secagem e de cura que são feitos de forma incorreta. Por isso, o nosso prensado tem cheiro, gosto e sabor de amônia. Infelizmente, depois de cortada a planta é manejada de forma totalmente errônea e sem preocupações nenhuma com o pós-colheita. 

Infelizmente, devido à cultura proibicionista, a realidade brasileira de quem curte fumar um baseado é a do prensado. E quando falamos em prensado é preciso ficar alerta. Há evidências sugerindo que a amônia, muito presente no pren pode representar um risco real para a saúde. 

Um estudo de 2008 elaborado pelo Instituto Nacional de Abuso de Drogas (NIDA), do Reino Unido, analisou a cannabis vendida ilegalmente na região e descobriu a presença de amônia em níveis tóxicos, e lá o pessoal fuma flores, e não prensado.

Outro sinal de que algo não está certo na sua ganja é a presença de mofo. São em condições quentes e úmidas que o fungo, que causa mofo, se desenvolve. Pelo cheiro úmido e aparência da cannabis podemos identificar se há contaminação por mofo. 

Não é recomendado o uso da ganja mofada, pois isso pode trazer inúmeros riscos para a sua saúde por motivos óbvios de possíveis contaminações. Uma forma de tentar evitar a ingestão de alguma impureza é lavar o seu pren e deixá-lo secar bem!! 

O haxixe também não escapa de mofar devido ao processo de secagem; muitas pessoas erram na hora e acabam deixando o mofo se desenvolver na sua extração. 

O hash tem tolerâncias de temperatura menores do que a flor, mas seco e curado pode ser armazenado da mesma maneira. Especificamente a extração de bubble hash você pode selar em um pote e armazenar em uma geladeira ou freezer. 

Qualquer uma dessas combinações podem tornar negativa  a sua experiência com a cannabis. Estar preocupado(a) com a qualidade da ganja que se consome é uma forma direta de buscar a redução de danos. Cuide bem de si e da sua erva.