maconha, cannabis, cânhamo
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Cannabis, maconha, cânhamo: tem diferença?

Cannabis, maconha, cânhamo, ganja, liamba, diamba, erva… Todos os termos fazem referência à mesma espécie botânica: Cannabis Sativa L.

A história acabou criando uma distinção entre os termos, mas podemos dizer que são sinônimos.

O termo ”maconha” tem origem angolana e ficou associado aos costumes dos africanos e afro-descendentes de consumir a planta para fins ritualísticos (depois interpretados como recreativos).

Com a proibição, o termo ”maconha” assumiu um sentido negativo, sendo associado ao uso recreativo.

A palavra ”cannabis” é mais usada no contexto medicinal da planta, o que reforça a dicotomia cannabis recreativa x cannabis medicinal, palavras que, na verdade, não fazem sentido, uma que a planta é uma só e se divide em subespécies: sativa, indica e ruderalis.

O ”cânhamo” é um anagrama da palavra ”maconha” e é um termo que surgiu para fazer referência a uma variedade de cannabis com baixos níveis de THC, o que a distancia do uso recreativo. O modo de cultivo da planta para aproveitamento de suas fibras originou o cânhamo, mas a espécie botânica ainda é a mesma (Cannabis Sativa L.).

Por isso, o cânhamo é mais conhecido pelo seu uso industrial, especialmente na produção de fibras e óleos. As fibras do cânhamo são duráveis e versáteis, sendo utilizadas em produtos como tecidos, papel e cordas.

Higienização dos Termos:

A linguagem que utilizamos desempenha um papel crucial na percepção cultural e social. No caso da ganja, observamos um certo preconceito linguístico, no qual cada termo carrega consigo associações específicas.

  • Maconha: Infelizmente, o termo “maconha” muitas vezes é estigmatizado devido à sua conexão com o uso recreativo e os estigmas sociais associados.
  • Cânhamo: Enquanto o cânhamo é valorizado por suas aplicações industriais, o termo pode ser visto como limitador, afastando-se do entendimento mais amplo da planta e reforçando sua associação exclusiva com a indústria.
  • Cannabis: A palavra “cannabis” busca neutralizar a carga negativa associada aos outros termos (como maconha, ganja, erva). É frequentemente utilizada em contextos médicos e científicos, o que acaba criando uma distinção do uso recreativo.

Em última análise, a escolha de termos tem um impacto significativo na percepção da erva.

Uma abordagem mais neutra, como o uso do termo “cannabis”, pode contribuir para uma maior aceitação da planta, já que o termo ”maconha” ainda é visto de forma negativa. Porém, é importante mudarmos essa visão pejorativa das outras denominações da planta.

É preciso introduzir todos os termos culturais que fazem referência à maconha, sem juízo de valor.

Entender as nuances linguísticas e botânicas é o primeiro passo para superar estigmas e construir uma narrativa mais informada sobre a ganja.