{"id":4114,"date":"2022-06-27T16:49:20","date_gmt":"2022-06-27T19:49:20","guid":{"rendered":"https:\/\/revistaganja.com\/?p=4114"},"modified":"2022-06-27T16:49:22","modified_gmt":"2022-06-27T19:49:22","slug":"o-comedor-de-haxixe","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/revistaganja.com\/historia\/o-comedor-de-haxixe\/","title":{"rendered":"O COMEDOR DE HAXIXE"},"content":{"rendered":"\n<p><em>Texto por: Marcel Lyra<em>\u00a0|<\/em>\u00a0Arte por: Jo\u00e3o D\u00f3rio <\/em><\/p>\n\n\n\n<figure class=\"wp-block-image size-large\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" width=\"1024\" height=\"1024\" src=\"https:\/\/revistaganja.com\/wp-content\/uploads\/2022\/06\/FITZ_VEC-1-1024x1024.png\" alt=\"\" class=\"wp-image-4117\" srcset=\"https:\/\/revistaganja.com\/wp-content\/uploads\/2022\/06\/FITZ_VEC-1-1024x1024.png 1024w, https:\/\/revistaganja.com\/wp-content\/uploads\/2022\/06\/FITZ_VEC-1-300x300.png 300w, https:\/\/revistaganja.com\/wp-content\/uploads\/2022\/06\/FITZ_VEC-1-150x150.png 150w, https:\/\/revistaganja.com\/wp-content\/uploads\/2022\/06\/FITZ_VEC-1-768x768.png 768w, https:\/\/revistaganja.com\/wp-content\/uploads\/2022\/06\/FITZ_VEC-1-1536x1536.png 1536w, https:\/\/revistaganja.com\/wp-content\/uploads\/2022\/06\/FITZ_VEC-1-2048x2048.png 2048w\" sizes=\"(max-width: 1024px) 100vw, 1024px\" \/><\/figure>\n\n\n\n<h4 class=\"wp-block-heading\"><em><strong><em>Cobaias? O pesquisador Fitz Hugh Ludlow testava tudo em si mesmo<\/em>\u00a0<\/strong><\/em><\/h4>\n\n\n\n<p>Se imagine em 1855, com uma curiosidade do tamanho do mundo e um grand\u00edssimo interesse em ter altera\u00e7\u00f5es da consci\u00eancia. O que voc\u00ea faz ? Aos 20 anos, o pesquisador e aventureiro nova-iorquino<strong> Fitz Hugh Ludlow (1836-1870) <\/strong>decidiu estudar e descrever, com o maior rigor poss\u00edvel, os efeitos de extrato de haxixe, reunindo suas experi\u00eancias no <strong>livro The Hasheesh Eater (\u201cO Comedor de Haxixe\u201d)<\/strong>, publicado em 1857.\u00a0<\/p>\n\n\n\n<p>Durante seus anos de faculdade, <strong>Ludlow decidiu experimentar todas as drogas estranhas que um amigo vendia nalgum botic\u00e1rio.<\/strong> Come\u00e7ou inalando clorof\u00f3rmio, passou pelos opi\u00e1ceos e chegou \u00e0 maconha. Ent\u00e3o, quando o rem\u00e9dio \u00e0 base de cannabis <strong><em>Tilden&#8217;s Extract<\/em> (Extrato de Tilden) <\/strong>foi lan\u00e7ado, Ludlow obviamente o tomou.\u00a0Ele consumia quantidades t\u00e3o grandes do extrato de cannabis que, em cada sess\u00e3o, suas alucina\u00e7\u00f5es eram comparadas \u00e0s experienciadas por viciados em \u00f3pio.\u00a0\u00a0<\/p>\n\n\n\n<p>Ao longo do livro, Ludlow narra com exatid\u00e3o sua jornada psicod\u00e9lica que levou a extensas reflex\u00f5es sobre religi\u00e3o, filosofia, medicina e cultura.\u00a0No\u00a0livro, ele<strong> descreve seus estados alterados de consci\u00eancia enquanto usava doses cavalares de haxixe: <\/strong>\u201cPela humilde quantia de seis centavos eu poderia comprar uma passagem de excurs\u00e3o por toda a terra;\u00a0navios e dromed\u00e1rios, tendas e hosp\u00edcios estavam todos contidos em uma caixa de Extrato de Tilden.\u201d\u00a0\u00a0<\/p>\n\n\n\n<p>O autor descreve, tamb\u00e9m, o usu\u00e1rio de ganja como algu\u00e9m que est\u00e1 alcan\u00e7ando <strong>&#8220;a capacidade da alma para um ser mais amplo, uma vis\u00e3o mais profunda, vis\u00f5es mais grandiosas de beleza, verdade e bem, do que ela agora ganha atrav\u00e9s das fendas de sua cela&#8221;.\u00a0\u00a0<\/strong><\/p>\n\n\n\n<p>Muitas de suas escritas foram comparadas a fantasias e cria\u00e7\u00f5es de mitos para seus contempor\u00e2neos. Hoje, fica \u00f3bvio o avan\u00e7o do conhecimento do estado\u00a0psicod\u00e9lico que ele alcan\u00e7ou.\u00a0Um trecho muito interessante sobre uma alucina\u00e7\u00e3o: <strong>&#8220;E agora, com o tempo, o espa\u00e7o tamb\u00e9m se expandiu&#8230; Toda a atmosfera parecia d\u00factil e girava infinitamente em grandes espa\u00e7os que me cercavam por todos os lados.&#8221;\u00a0<\/strong><\/p>\n\n\n\n<p>Mas n\u00e3o vamos romantizar uma experi\u00eancia t\u00e3o intensa como a de Ludlow, pois fica registrado em seu livro como ele sofreu ao adquirir o v\u00edcio em alucina\u00e7\u00f5es. <strong>Seus registros tamb\u00e9m servem como um di\u00e1rio de um ex-viciado. <\/strong>Uma das suas passagens ele diz aos usu\u00e1rios de\u00a0haxixe\u00a0: &#8220;Ei! Passe por aqui; eu tentei esse caminho; finalmente leva a desertos venenosos&#8221;.<\/p>\n\n\n\n<p>Publicado pela primeira vez em 1857,\u00a0<em><strong>The Hasheesh Eater<\/strong><\/em> foi o primeiro exemplar americano completo de literatura sobre drogas.\u00a0No entanto, apesar do esc\u00e2ndalo que o cercava, o livro rapidamente se tornou um enorme sucesso.\u00a0<\/p>\n\n\n\n<p>O reconhecimento foi tanto que o livro despertou grande interesse pelo haxixe, levando \u00e0 produ\u00e7\u00e3o de <strong>doces de haxixe e \u00e0 abertura de clubes de haxixe<\/strong> em todas as grandes cidades norte-americanas. Desde ent\u00e3o, tornou-se um cl\u00e1ssico cult, primeiro entre os escritores Beat nas d\u00e9cadas de 1950 e 1960, e mais tarde com os hippies em S\u00e3o Francisco, na d\u00e9cada de 1970.<\/p>\n\n\n\n<p>Fontes :&nbsp;<\/p>\n\n\n\n<p><a href=\"https:\/\/en.m.wikipedia.org\/wiki\/The_Hasheesh_Eater#:~:text=The%20Hasheesh%20Eater%20(1857)%20is,was%20using%20a%20cannabis%20extract.\">https:\/\/en.m.wikipedia.org\/wiki\/The_Hasheesh_Eater#:~:text=The%20Hasheesh%20Eater%20(1857)%20is,was%20using%20a%20cannabis%20extract.<\/a><\/p>\n\n\n\n<p><a href=\"https:\/\/super.abril.com.br\/ciencia\/a-cobaia-sou-eu\/\">https:\/\/super.abril.com.br\/ciencia\/a-cobaia-sou-eu\/<\/a><\/p>\n\n\n\n<p><em>Museu Hashmuseum&nbsp;<\/em><\/p>\n\n\n\n<p><em>Livro : &nbsp;The Hasheesh Eater<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"<p>Texto por: Marcel Lyra\u00a0|\u00a0Arte por: Jo\u00e3o D\u00f3rio Cobaias? 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